A declaração foi uma resposta às críticas do diretor-geral da PF, Luiz Fernando Correa, à morosidade do Judiciário na conclusão de alguns casos. Segundo ele, a demora na conclusão de casos de notoriedade poderia causar na sociedade uma sensação de impunidade.
Gilmar Mendes rebateu e apontou o que chamou de investigações precárias e divulgações precipitadas por parte da Polícia Federal como responsável pelo retardamento do julgamento de alguns processos.
Mendes afirmou que o Judiciário não foi criado para condenar pessoas. "O Judiciário não existe para condenar. É bom que todos saibam disso. Isso existia no regime soviético, no nazista, no cubano. O Judiciário existe para julgar... quanto mais a polícia apurar, for menos precipitada, mais vai se aproximar do juízo que se forma a partir do contraditório e da ampla defesa", frisou ele.
O STF e a PF estão em rota de colisão desde o ano passado, após a operação Satiaghara, na qual a PF chegou a prender por duas vezes o banqueiro Daniel Dantas. Mendes concedeu dois habeas corpus a Dantas e ainda proibiu que o banqueiro fosse algemado publicamente.
Escrito por Magno Martins, às 21h00
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